Beem Vindoos

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domingo, 13 de março de 2011

Presença de mercúrio em áreas de várzea e de igapó na Amazônia é tema de pesquisa

Pesquisa realizada atualmente do Lago Manacapuru, no município do mesmo nome, pretende estudar as concentrações de mercúrio no ecossistema de várzea e os impactos na cadeia alimentar e nas espécies de peixes.
Intitulada “‘Fluxo do mercúrio em componentes bióticos e abióticos de um ecossistema de várzea - Lago Manacapuru - Amazônia Central’, ela está sendo desenvolvida pela doutoranda em Ciências Pesqueiras nos Trópicos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Sandra Beltran-Pedreros, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
 “Pouco ainda se conhece da biogeoquímica do mercúrio em áreas alagáveis como a várzea e igapó, assim como as concentrações, fator de bioconcentração, biomagnificação e bioacumulação do metal presentes nos componentes bióticos e abióticos”, frisou ela.
Resultados
Os resultados do estudo podem ser divididos em três linhas que possibilitam conhecer as concentrações de mercúrio presentes no ambiente (macrófitas, ou plantas aquáticas; água e sedimentos; e em peixes de importância comercial).
Para a pesquisadora, a partir das informações contidas nos resultados é possível definir estratégias de manejo dos recursos aquáticos e de controle das fontes de poluição.
“A ideia é tornar o Lago de Manacapuru um local de constante monitoramento do mercúrio como forma de ponderar estratégias de controle e mediação, e de avaliar os efeitos da substância a longo prazo no ecossistema aquático”, explicou.
Enchentes
Os maiores teores de mercúrio total nas raízes das macrófitas se relacionam ao ciclo de inundação durante a enchente.
Os sedimentos de material são incorporados à coluna de água aumentando a disponibilidade de nutrientes e facilitando a recolonização do ambiente aquático pelas macrófitas, que por sua vez, retêm o material particulado, o que favorece o crescimento de perifíton (fina camada de seres vivos, ou seus detritos, que colonizam superfícies sólidas em habitats aquáticos) associado às raízes.
Risco
Nas 32 espécies de peixes analisadas, pertencentes a três níveis e nove categorias tróficas, houve evidência de biomagnificação, com aumento da concentração média de mercúrio total na cadeia trófica em onívoros, piscívoros, carnívoros-necrófagos, e fatores de biomagnificação de 0,27ng/g em consumidores primários, 0,33ng/g em consumidores secundários e 0,47ng/g em consumidores terciários.
As espécies, pescada e piracatinga  tiveram níveis de mercúrio acima do limite permitido por lei (500ng/g).
A pesquisadora explicou que a piracatinga (Calophysus macropterus), um peixe de importância comercial tanto nacional quanto internacional, que por possuir hábitos necrófagos, não é muito consumida na região, tem elevado teor de mercúrio em seu organismo.
Segundo a pesquisa, os níveis de mercúrio em exemplares de 15 cm a 42 cm indicaram que esta espécie representa alto risco para o consumo humano por apresentar teores maiores a 1000ng/g definidos como máximo permitido para peixes carnívoros pela OMS.

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